Morre querida cantora e ícone do pop, Françoise aos 80 anos, familiares e amigos estão desolados
Françoise Hardy, ícone da música francesa, faleceu aos 80 anos de idade. O anúncio foi feito nesta terça-feira (11/6) pelo filho da cantora, Thomas Dutronc, nas redes sociais. A causa da morte não foi revelada.
“Mamãe se foi”, escreveu Thomas na legenda da foto publicada no Instagram. Na imagem, o herdeiro aparece bebê no colo da cantora.
Françoise Hardy enfrentou um linfoma diagnosticado há mais de 20 anos e um tumor no ouvido em 2018. Segundo o The Guardian, devido à gravidade de seus problemas de saúde, ela passou por anos de radioterapia e imunoterapia, que lhe causaram dores intensas.
Em 2023, devido à sua condição de saúde, Françoise Hardy escreveu uma carta ao presidente da França, Emmanuel Macron, pedindo a legalização da eutanásia no país. “Quero partir em breve e de maneira rápida”, dizia um trecho da mensagem.
Nascida em 1944, em Paris, Françoise Hardy alcançou destaque na música nos anos 1960. A artista foi a única representante da França a figurar no ranking da revista americana Rolling Stone das 200 melhores cantoras de todos os tempos, em 2023.
Françoise Hardy, nascida em Paris em 1944, emergiu como uma das principais figuras do movimento yé-yé nos anos 1960, conhecido como iê-iê-iê no Brasil, conquistando a Europa com sua voz suave e estilo distinto. Seu sucesso “Tous les Garçons et les Filles”, lançado em 1962, vendeu milhões de cópias e a catapultou para a fama aos 18 anos de idade. Hardy não apenas conquistou o público francês, mas também ganhou notoriedade internacional ao gravar versões de suas músicas em italiano, alemão e inglês.
Além de seu sucesso no yé-yé, a artista também explorou o folk. Em 1968, ela gravou uma versão da canção “Suzanne” de Leonard Cohen, que se tornou um marco significativo em sua carreira, aproximando-a da sensibilidade poética e introspectiva da música de protesto. Hardy foi uma das primeiras artistas francesas a adotar influências do movimento folk, ajudando a popularizar o gênero na França enquanto expandia seu próprio repertório musical.
Entre 1962 e 1973, ela lançou um álbum por ano, consolidando seu status como uma das maiores artistas da época. Alguns de seus maiores sucessos incluem “Le Temps de l’Amour,” “Comment te Dire Adieu” e “Mon Amie la Rose”. Trabalhou com compositores renomados como Serge Gainsbourg, que escreveu para ela o hit “Comment te Dire Adieu”, e Michel Berger, que compôs duas canções para o álbum “Message Personnel” (1973).
Além de sua carreira musical, Hardy influenciou a moda dos anos 1960, colaborando com designers como Yves Saint-Laurent e Paco Rabanne, e participou do cinema em filmes como “Masculino e Feminino” (1966) de Jean-Luc Godard e “O que É que Há, Gatinha?” (1965) dirigido por Clive Donner.
Em sua vida pessoal, Hardy teve um relacionamento significativo com o músico Jacques Dutronc, com quem teve um filho, Thomas Dutronc, nascido em 1973. O casal se separou em 1987, mas manteve uma relação próxima. Hardy enfrentou desafios de saúde, incluindo um câncer linfático diagnosticado em 2004 e um câncer na faringe em 2018, que a levaram a defender publicamente a legalização da eutanásia na França em uma carta ao presidente Emmanuel Macron em 2021.
Françoise Hardy deixou um legado duradouro na música e na cultura francesa, sendo lembrada não apenas por suas canções atemporais, mas também por sua influência estilística e seu papel na evolução da música pop na Europa.