Após passar mal, Jair Bolsonaro deixa às pressas evento em frigorífico de Goiânia

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Goiás nesta semana, mas a passagem dele acabou sendo mais curta do que o previsto. Na sexta-feira, 20 de junho, ele participou rapidamente de um evento promovido pelo Frigorífico Goiás, em Goiânia. A presença de Bolsonaro durou só uns 20 minutos — tempo suficiente apenas pra entregar um capacete simbólico ao empresário Leandro Batista, dono do local, e depois seguir viagem de volta pra Brasília.

Segundo aliados próximos, ele não estava se sentindo nada bem. A agenda incluía ainda um almoço marcado em Anápolis, mas isso também ficou de lado. Com o mal-estar, a prioridade virou o retorno e o descanso.

Aliás, essa indisposição não foi de agora. Desde quinta-feira (19), Bolsonaro já vinha apresentando sinais de que não estava legal. Durante uma solenidade em Aparecida de Goiânia, onde recebeu o título de cidadão da cidade, ele chegou a interromper o próprio discurso. “Desculpa, tô muito mal. Vomito dez vezes por dia”, desabafou ele, entre soluços e visível desconforto.

Essa não é a primeira vez que o ex-presidente enfrenta problemas de saúde nos últimos tempos. Em abril, ele passou por mais uma cirurgia, dessa vez pra desobstruir o intestino e reconstruir parte da parede abdominal. Desde a facada que levou durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro já foi submetido a sete procedimentos médicos relacionados às sequelas do atentado.

Mesmo com o estado de saúde delicado, a agenda em Goiás foi movimentada, pelo menos no primeiro dia. Na quinta-feira, o ex-presidente se encontrou com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) no Palácio das Esmeraldas, e depois participou da Agrovem, feira voltada pro setor do agronegócio em Goiânia. No fim da tarde, passou na casa do senador Wilder Morais (PL-GO), também na capital, e à noite compareceu a um culto na Assembleia de Deus Ministério Fama, encerrando o dia com a entrega do título em Aparecida.

Já na sexta, a agenda era pra continuar, mas os planos mudaram. O evento no frigorífico contou com a presença de apoiadores, churrasco e clima festivo, mas Bolsonaro apareceu pouco, claramente abatido. Apesar do apoio dos simpatizantes, que continuam fiéis mesmo após as últimas polêmicas e investigações, o ex-presidente parecia distante e sem disposição.

Não é raro Bolsonaro mencionar que as consequências do atentado de 2018 ainda o acompanham. De vez em quando ele relata dores, enjoos e outros sintomas que vão e voltam. Isso levanta discussões até dentro do próprio partido sobre sua capacidade de manter um ritmo forte de viagens e compromissos políticos, principalmente agora, com 2026 no horizonte.

Pra quem acompanha a rotina do ex-presidente, não é novidade que ele costuma insistir em comparecer a eventos mesmo quando não está 100%. Mas dessa vez, segundo pessoas próximas, ele realmente precisava parar. “Forçou demais na quinta. Foi de reunião em reunião, culto, câmara… e aí o corpo cobrou”, comentou um assessor que preferiu não se identificar.

Enquanto isso, as redes sociais continuam ativas. Mesmo longe do auge que teve durante o governo, Bolsonaro mantém um engajamento considerável, principalmente entre o público mais conservador. Ele segue usando plataformas como o Instagram e o Telegram pra falar com a base, comentar acontecimentos e até lançar indiretas políticas.

Agora, a expectativa é sobre os próximos passos. Vai seguir na ativa ou vai precisar de mais tempo de recuperação? Uma coisa é certa: mesmo doente, Bolsonaro continua sendo figura central no cenário político e tudo que faz (ou deixa de fazer) vira notícia.

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