Em discurso, Lula sobe o tom e dispara: ‘‘Mulher do presidente não nasceu para isso’
Recentemente, o presidente Lula respondeu às críticas da oposição sobre as viagens da primeira-dama, Janja, ao Japão e à França. Ele afirmou, de forma enfática, que a esposa dele tem o direito de ir onde quiser e falar o que desejar. “Ela vai estar onde quiser, vai falar o que quiser. A mulher do presidente não nasceu para ser dona de casa”, disse Lula, deixando claro que Janja não está limitada às expectativas tradicionais sobre o papel de uma primeira-dama.
O presidente ainda fez questão de reforçar que a oposição deveria, antes de criticar, ler os discursos de Janja. “Queria que a oposição lesse o discurso dela para deixar de ser ignorante”, disse, destacando que sua esposa continuará a fazer o que gosta. “Ela vai estar onde quiser, vai falar o que quiser”, repetiu Lula, sendo firme na defesa de Janja e do seu direito de tomar suas próprias decisões.
Essas declarações foram feitas no sábado (29), antes de Lula e sua comitiva embarcarem no Vietnã, com destino a Brasília. O presidente também afirmou que Janja não é “clandestina” e que suas viagens sempre têm um motivo legítimo. “Ela não faz viagens apócrifas, ela viaja porque é convidada”, explicou. Segundo Lula, Janja tem plena capacidade para lidar com as questões relacionadas às viagens e, quando necessário, responder à oposição. “A Janja tem maioridade suficiente para responder aquilo que é sério”, completou.
O presidente também destacou a importância da participação de Janja na cúpula contra a fome em Paris, evento ao qual ela foi convidada pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Lula fez questão de elogiar sua atuação e reforçou que a primeira-dama tem um papel relevante nessas questões internacionais.
As críticas da oposição começaram a ganhar força quando Janja viajou ao Japão uma semana antes da delegação brasileira. Ela chegou ao país antes do presidente, acompanhando-o nos compromissos iniciais, e depois seguiu para a França, o que gerou especulações sobre as intenções de sua viagem. Essas ações foram vistas com desconfiança por alguns setores políticos, que questionaram a necessidade da ida antecipada e a participação dela em eventos internacionais.
Mas, ao que parece, Lula está determinado a defender a liberdade de sua esposa e o direito dela de agir conforme seus próprios interesses e convites. Segundo o presidente, a participação de Janja nessas viagens reflete o engajamento dela com causas que considera importantes e o seu compromisso com questões globais, como a luta contra a fome.
O que se percebe é que essa situação vai além das críticas políticas e toca em questões mais profundas sobre os papéis das mulheres na política e na sociedade. A defesa de Lula reflete uma visão mais moderna sobre o papel da mulher no contexto político, quebrando estereótipos de que as esposas de presidentes devem se limitar ao papel de apoio e de presença nas funções domésticas.
É curioso notar como essas viagens, que para muitos podem parecer simples compromissos diplomáticos, acabaram gerando um debate mais amplo sobre as expectativas em torno das primeiras-damas. No fim das contas, o que fica claro é que Janja não está disposta a se limitar a um papel secundário e que ela tem o direito de atuar de forma independente, ao lado do marido, ou até mesmo em seus próprios projetos. A política, como sempre, traz esses desafios de moldar novas visões e repensar os limites e fronteiras do poder, e, nesse caso, a primeira-dama parece querer ir além do que muitos imaginam.