A vida de Juliana Rangel Aragão, filha do famoso humorista Renato Aragão (o Didi), tem chamado atenção ultimamente por motivos que vão além da fama do pai. Diferente da caçula Lívian Aragão, que seguiu os passos artísticos do pai e construiu uma carreira na TV, Juliana tem uma vida bem mais discreta. Aos 47 anos, ela trabalha como motorista de aplicativo para se sustentar, apesar de viver na mansão onde Renato, de 90 anos, mora com sua esposa, Lílian Taranto, no Rio de Janeiro. No entanto, o que realmente veio à tona recentemente é o preconceito que Juliana teria sofrido dentro de casa por causa de sua orientação sexual. Isso gerou uma discussão sobre aceitação, tensões familiares e os privilégios da família de um dos maiores comediantes do Brasil.
Juliana nasceu em 1977, fruto do primeiro casamento de Renato Aragão com Marta Rangel, com quem teve quatro filhos antes de se separarem em 1991. Ao contrário de seus irmãos Paulo, Ricardo e Renato Júnior, que seguiram carreiras no audiovisual e na música, Juliana preferiu manter sua vida longe das câmeras. Mesmo assim, ela compartilha algumas partes da sua rotina nas redes sociais, como no Facebook, onde tem 913 amigos. Ela já usou hashtags como #OAmorVence e #IgualdadeParaTodos, deixando claro que se identifica com a comunidade LGBTQIAP+. Em algumas fotos antigas, Juliana aparece ao lado do pai e da meia-irmã Lívian, mas nas últimas festas e eventos, como a comemoração dos 90 anos de Renato no Cristo Redentor, ela estava ausente.
Juliana também enfrenta dificuldades financeiras. Em 2021, por exemplo, ela fez uma vaquinha online pedindo R$ 550 para comprar remédios para asma, uma condição que ela tem. Já em 2023, criou outra vaquinha, dessa vez pedindo R$ 2.000 para consertar o ar-condicionado de seu carro, que é fundamental para o trabalho dela como motorista de Uber. “Estou trabalhando no calor e estou passando mal, pois sou asmática”, escreveu na descrição da campanha. Esses pedidos geraram questionamentos sobre o apoio financeiro que ela recebe da família, especialmente considerando o sucesso financeiro de Renato Aragão ao longo de sua carreira na TV Globo.
Apesar de morar com Renato, Juliana leva uma vida bem diferente da imagem que se espera de uma filha de um famoso humorista. Ela nunca quis a fama e sempre foi mais reservada. Mas sua vida foi exposta publicamente quando o jornalista e diretor de documentários, Rafael Spaca, falou sobre a situação da família em uma entrevista. Ele revelou que Juliana, apesar de morar na casa de Renato e Lílian, seria tratada como “um corpo estranho” por ser lésbica e namorar uma mulher. Spaca também mencionou que Juliana teria enfrentado piadas e até um calote financeiro de Renato e Lílian. Segundo ele, quando Renato e Marta se separaram, Marta deixou um apartamento para Juliana, mas Renato pediu para que ela vendesse o imóvel para ajudá-lo a cobrir um prejuízo financeiro. Acontece que, até hoje, Juliana não recebeu o dinheiro prometido.
A acusação de que Juliana é alvo de preconceito dentro de casa, principalmente por ser lésbica, gerou bastante repercussão. Spaca revelou que a família de Renato tem atitudes negativas em relação à sua orientação sexual, o que contrasta com a imagem pública que Renato construiu como um homem carismático e querido por todos. Além disso, ele destacou que Juliana é quase “escondida” das redes sociais de Renato e de eventos familiares, algo que ficou bem claro na celebração dos 90 anos do humorista.
Até o momento, a família de Renato Aragão não se manifestou sobre as acusações. Lílian Aragão, esposa de Renato, foi procurada pela imprensa, mas não respondeu às perguntas. Essa falta de resposta alimenta ainda mais as especulações sobre a situação interna da família, especialmente sobre o preconceito que Juliana teria enfrentado. O caso também traz à tona questões sobre como a aceitação da diversidade sexual ainda encontra barreiras, mesmo em famílias públicas e com tanto privilégio. E, enquanto isso, a história de Juliana continua sendo uma parte desconhecida da vida de um dos maiores comediantes do Brasil.
