Na primavera de 1955, Andy Petro viveu um momento que mudaria sua vida pra sempre. Era pra ser só uma celebração pré-formatura com os amigos, perto do Lago Michigan. Só que o que começou como uma tarde comum de diversão quase virou o último dia de vida dele.
Andy, meio hesitante, decidiu nadar até uma balsa flutuante onde o pessoal tava reunido. Mas no meio do caminho, uma dor intensa tomou conta do abdômen, e ele simplesmente não conseguia mais mover as pernas. Foi quando começou a afundar, perdendo o controle, enredado nas plantas do fundo do lago. Nesse momento, ele conta que uma voz surgiu em sua cabeça. Ele não sabia de quem era, mas a voz dizia pra ele parar e descansar um pouco. Ele acabou se entregando a essa voz.
Entre a vida e o além
O que aconteceu depois desafia toda lógica sobre vida e morte. Andy descreveu que ao se soltar, foi como se tivesse passado de uma agonia total pra uma paz absoluta, instantaneamente. “No segundo em que relaxei, saí do meu corpo”, ele diz. “Em um instante, tava no meu corpo; no outro, estava num túnel… aquecido, feliz, respirando de novo, cheio de alegria e amor.” Ele conseguia ver o próprio corpo no fundo do lago, mas, surpreendentemente, sentia um distanciamento total daquilo tudo.
Conhecimento além do comum
Nesse tempo que ele passou fora do corpo, Petro conta que se viu dentro de uma espécie de “esfera de conhecimento”. Segundo ele, era um espaço imenso cercado por pequenas telas de cinema que mostravam várias das suas vidas. Era como se pudesse ver cada coisa que já viveu e até outras vidas que não fazem sentido pra gente, mas ali tudo era claro. Ele diz que uma luz tava sempre ao seu lado, e com essa luz ele tinha uma comunicação intensa e profunda. Essa esfera, segundo Andy, parecia conter todo o conhecimento do universo, permitindo que ele entendesse coisas além da nossa compreensão comum.
O retorno e as “luzes de boas-vindas”
Em determinado momento, ele conta que foi cercado por seres de luz. “Eram milhares, milhões de outras luzes como eu, e todas diziam em uníssono: ‘bem-vindo de volta, Andy’. Nesse momento, eu fui absorvido por essa luz, como se eu me tornasse parte dela.” A luz, com um toque de humor, fez Andy refletir sobre a forma séria como ele levava a vida na Terra. Segundo ele, a entidade brincava que tudo aqui era como uma peça de teatro, com milhões de “atores” no planeta, cada um no seu papel. Mas, mesmo com essa revelação, Andy acabou sendo “empurrado” de volta ao corpo.
Ele acordou à beira do lago, tossindo a água que entrou nos pulmões. Aquela experiência tinha mexido com ele de um jeito que ele só compartilhou décadas depois. Hoje, ele dedica a vida a compartilhar o que viveu e a ajudar outras pessoas a entenderem que algo maior pode nos esperar.
Um olhar científico sobre as experiências de quase-morte
Esses relatos, como o de Andy Petro, têm intrigado os cientistas há muito tempo. Pesquisadores como o Dr. Bruce Greyson, da Universidade da Virginia, estudaram vários casos parecidos, onde pessoas relatam sensações de saída do corpo, túneis de luz e até encontros com “seres de luz”. Estudos neurológicos apontam que essas experiências podem ser causadas por alterações químicas no cérebro em momentos de extremo estresse, como a liberação de endorfinas e DMT, uma substância psicodélica produzida naturalmente pelo corpo.
Na visão dos neurocientistas, quando o cérebro enfrenta uma falta extrema de oxigênio – como em casos de afogamento –, acontece uma série de reações que podem explicar o que Andy viveu. A sensação de paz, por exemplo, pode ser resultado de uma explosão de neurotransmissores; as visões de luzes e túneis, por sua vez, poderiam estar ligadas ao córtex visual hiperativo durante a falta de oxigênio. Mas, alguns aspectos das EQMs, como a clareza de detalhes sobre o que aconteceu enquanto a pessoa estava inconsciente, ainda são um grande mistério.
Andy Petro, desde então, tenta viver a vida com mais leveza e ajudar outras pessoas a encontrar essa paz que ele descobriu lá no “outro lado”.
