Médicos fazem triste comunicado sobre doença da ex-presidente Dilma Rousseff: ‘Sequelas’

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ex-presidente Dilma Rousseff, de 77 anos, está hospitalizada em Xangai, na China, desde a última sexta-feira (21), após ser diagnosticada com neurite vestibular — uma inflamação que afeta um nervo responsável pelo equilíbrio do corpo. Segundo sua assessoria, Dilma vem respondendo bem ao tratamento e deve receber alta nos próximos dias.

O problema de saúde da ex-mandatária chamou a atenção do público, levando especialistas a explicarem o que é a neurite vestibular e como ela afeta o organismo. Para esclarecer o assunto, a CARAS Brasil conversou com dois médicos especialistas: a otoneurologista Nathália Prudêncio e o neurologista Saulo Nader.

ente Dilma Rousseff: ‘Sequelas’

O que é neurite vestibular?

A neurite vestibular é uma inflamação que afeta o nervo vestibular, responsável por transmitir ao cérebro informações sobre o equilíbrio do corpo. Ao contrário da labirintite, essa condição não causa perda auditiva, mas pode provocar vertigens intensas, náuseas, vômito, sudorese excessiva, palidez e movimentos involuntários dos olhos, chamados de nistagmo.

“Essa doença geralmente se manifesta com uma crise única, que começa com sintomas intensos e, aos poucos, vai diminuindo ao longo dos dias e semanas”, explica a doutora Nathália, especialista em tontura e zumbido.

De forma simplificada, o nervo vestibular funciona como um “GPS interno” do corpo humano. Quando ele sofre uma inflamação, as informações transmitidas ao cérebro ficam comprometidas, causando uma sensação de tontura intensa, como se o ambiente ao redor estivesse girando. Em alguns casos, a pessoa pode ter dificuldades para andar ou até mesmo permanecer de pé.

O neurologista Saulo Nader destaca que essa condição pode durar dias ou semanas e, em alguns casos, pode deixar sequelas. “É um dos distúrbios mais agressivos do sistema vestibular, e o impacto no organismo pode ser tão severo que muitos pacientes chegam a ser internados para descartar a possibilidade de um AVC”, afirma.

Conhecido nas redes sociais como “Doutor Tontura”, Nader explica que a neurite vestibular pode ocorrer em qualquer pessoa, embora seja mais comum em indivíduos com baixa imunidade, altos níveis de estresse ou privação de sono.

O que pode causar a neurite vestibular?

Segundo a doutora Nathália, a principal causa da neurite vestibular é uma infecção viral, geralmente após um quadro de gripe ou resfriado. Isso ocorre porque alguns vírus podem atingir o sistema vestibular e provocar a inflamação do nervo.

Embora seja uma condição relativamente rara em crianças, ela pode afetar adultos de todas as idades, sendo mais frequente entre os 30 e 60 anos. O diagnóstico é feito com base na história clínica do paciente, exames físicos e testes complementares, como a Videonistagmografia e o Video Head Impulse Test (vHIT), que avaliam o funcionamento do sistema vestibular.

Um dos principais indícios da doença é que ela se manifesta de forma repentina, sem sintomas auditivos, como zumbido ou sensação de ouvido entupido, que são comuns em outras doenças do labirinto.

Qual é o tratamento para neurite vestibular?

A boa notícia é que a neurite vestibular é uma doença autolimitada, ou seja, os sintomas mais severos costumam desaparecer com o tempo. No entanto, o tratamento adequado é essencial para acelerar a recuperação e evitar sequelas.

“O tratamento inicial envolve o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como supressores labirínticos e corticosteroides”, explica Nathália.

Em alguns casos, mesmo após a fase aguda da doença, os pacientes podem continuar sentindo tonturas ao realizar movimentos rápidos com a cabeça. Para esses casos, existe a Terapia de Reabilitação Vestibular, que consiste em exercícios específicos feitos com a cabeça, olhos e corpo para estimular a recuperação do equilíbrio. Essa terapia deve ser realizada com um profissional especializado e é fundamental para a adaptação do organismo.

O neurologista Saulo Nader ressalta que um erro comum dos pacientes é ficar em repouso absoluto por muito tempo. “O repouso excessivo pode retardar a recuperação. O ideal é que a pessoa retome suas atividades diárias de forma gradual e controlada, sempre respeitando seus limites”, explica.

Quanto tempo dura a recuperação?

O tempo de recuperação pode variar de acordo com a gravidade da inflamação, idade do paciente e nível de atividade física. Em média, a reabilitação completa pode levar de seis a oito semanas. No entanto, se o tratamento for negligenciado ou se houver sequelas, esse período pode se estender.

No caso de Dilma Rousseff, os médicos acreditam que ela poderá retomar suas atividades normalmente após a alta hospitalar. O importante é que o problema foi identificado e tratado rapidamente, garantindo uma recuperação mais eficaz.

Conclusão

A internação de Dilma Rousseff chamou atenção para uma condição pouco conhecida, mas que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A neurite vestibular, embora assustadora no início, tem tratamento e, na maioria dos casos, não deixa sequelas permanentes.

O episódio reforça a importância de buscar ajuda médica ao primeiro sinal de tontura intensa e persistente, evitando complicações e garantindo um diagnóstico precoce.

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