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Vazamento de autópsia: família de Juliana aciona a Polícia Federal após ocorrido; entenda

Vazamento de autópsia: família de Juliana aciona a Polícia Federal após ocorrido; entenda

A dor de perder alguém já é, por si só, devastadora. Mas ter que lidar com a falta de respeito em meio ao luto é uma ferida que não cicatriza tão fácil. A família de Juliana Marins, brasileira que morreu de forma trágica ao cair durante uma trilha na Indonésia, vive exatamente esse pesadelo. Eles ficaram sabendo do laudo da autópsia — feito no Brasil — não por meios oficiais, como se esperava, mas sim pela imprensa. E foi aí que a revolta tomou conta.

O laudo, que deveria estar sob sigilo absoluto, acabou vazando antes mesmo da própria família ter acesso. Um documento sensível, que trata da causa da morte da jovem, caiu nas mãos erradas, sem qualquer consideração pela dor dos parentes. “A gente teve que saber pelos jornais… Isso não é justo, nem humano”, desabafou Marina Marins, irmã da Juliana.

 

Segundo Marina, ninguém da família tinha recebido o laudo de forma oficial até aquele momento. Tudo o que sabiam vinha da televisão e de sites de notícias. Ela criticou duramente a quebra de sigilo e o despreparo das autoridades no trato com uma situação tão delicada. É como se a dor da perda tivesse sido exposta publicamente, como um espetáculo.

O exame pericial foi feito por uma equipe mista: legistas da Polícia Civil do Rio de Janeiro, da Polícia Federal e também por um perito particular, esse indicado pela própria família de Juliana. Era um esforço conjunto pra garantir que tudo fosse feito com o máximo de rigor e respeito — pelo menos era essa a ideia inicial.

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil confirmou que o laudo foi sim finalizado e anexado aos autos do processo, que corre sob sigilo judicial. A previsão era que o resultado fosse apresentado à família numa coletiva marcada pra sexta-feira, dia 11, com a presença da Defensoria Pública da União e do perito técnico contratado pela família. Mas, diante do vazamento, esse planejamento foi pro espaço. Agora, os familiares cobram explicações: como é que um documento desses vazou? Quem teve acesso e por quê?

A Polícia Civil, até agora, não falou nada sobre a quebra de sigilo. Silêncio total. Só que o estrago já tá feito. O caso ganhou repercussão até fora do país e está sendo acompanhado de perto por autoridades brasileiras e internacionais. A Polícia Federal, inclusive, já está apurando como esse vazamento aconteceu — e se ele pode gerar responsabilizações legais. Spoiler: pode sim.

Um outro ponto complicado de toda essa história foi o embalsamamento do corpo de Juliana antes da chegada ao Brasil. Esse procedimento, comum quando se precisa transportar um corpo por longas distâncias, acabou atrapalhando parte das análises técnicas dos legistas. Mesmo assim, os peritos conseguiram concluir que a jovem morreu por hemorragia interna causada por múltiplas fraturas — resultado de uma queda de grande altura.

Apesar do laudo apontar que foi mesmo um acidente, os familiares ainda buscam entender os detalhes. Como foi que ela caiu? Tinha sinal de ajuda? Houve tentativa de resgate? O que exatamente aconteceu naquela trilha na Indonésia?

A dor da perda, somada à sensação de descaso, revolta qualquer um. E enquanto a família luta por respostas, também trava uma outra batalha: a de manter a dignidade de Juliana preservada — mesmo diante de tanta exposição desnecessária.

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