Vídeo Cadeirantes se tornam coroinhas em MS e dão ‘mensagem poderosa’ sobre inclusão no altar de igreja

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“Para servir a Deus e a igreja, não tem idade e não tem condições… por favor, vem cá Samuel, vem cá João e vem cá Leandro, um de cada lado…” É assim que, no auge da missa de investidura dos novos coroinhas, no Santuário São Judas Tadeu, em Campo Grande, o padre Alex iniciou o discurso, ressaltando que não há motivos para não servir, porém, partiu deles este desejo. Assim, as crianças ficaram dois meses em uma escolinha de formação, participando ativamente da igreja e se tornando coroinhas, no último domingo (26).

No decorrer da missa, a emoção tomou conta e as crianças deram uma mensagem poderosa sobre inclusão. “O padre foi muito feliz no que falou e acertou quando disse que não há condições que impeçam de se fazer o bem, então, mesmo deficiente físico, o Samuel pode fazer o bem a ele e a comunidade, que é servindo ao altar”, contou a mãe, a dona de casa Renata Ramos Goulart, 41 anos, do lar.

De acordo com Renata, o filho Samuel Ramos Goulart, de 7 anos, é portador de mielo meningocele, uma malformação na coluna, também conhecida como espinha bífida. “Ele é cadeirante e sempre teve um sonho de servir no altar. Via os irmãos servindo, um é coroinha, uma menina coroinha, e o mais velho é acólito [pessoa que auxilia os ministros ordenados nas ações litúrgicas], então, também sentia esta vontade, de estar mais pertinho do Corpo de Cristo. E agora está muito feliz, com bastante alegria”, disse

Conforme Renata o filho ainda não prestou nenhum serviço, porém, está bastante ansioso para começar a trabalhar e servir a Deus com alegria. “Então foi isso, essa vontade ao ver os irmãos e outras crianças participando e depois a igreja, que o acolheu muito bem. Quando abriu as inscrições, o padre que falou que queria o ver como coroinha. O Samuel é um menino muito ágil na cadeira, muito feliz e queria também se sentir bem no altar. E é isso que aconteceu”, relembrou a mãe.

Além do Samuel, o João Paulo do Prado Moura, de 10 anos, também foi chamado pelo padre, ficando emocionado em diversos momentos e deixando a família mais ainda. “Ele queria muito, ele tinha essa vontade e eu até disse ao padre. ‘Não fui eu quem trouxe o João para a igreja. Foi ele quem me trouxe de volta’. E ele foi muito bem acolhido. Nesta última missa ele chorou muito e eu mais ainda”, comentou a mãe, a artesã Roseli do Prado Ferreira, de 45 anos.

Portador de distrofia muscular de Duchene, João está na cadeira de rodas há um ano. “Eu sou católica, mas, vinha afastada da igreja. Não houve motivo, simplesmente não fui mais de sem vergonhice como eu disse ao padre. E depois do diagnóstico do João eu me afastei mais ainda, só que ele tinha essa vontade. Me mudei para uma casa que fica a uma quadra do Santuário São Judas Tadeu, então, ele via a procissão e pedia para ir na missa, para seguir e eu sempre ficava enrolando o garoto”, relembrou.

No entanto, quando João viu uma prima se tornar coroinha, ele passou a pedir ainda mais para a mãe. “Foi aí que eu entrei em contato com a igreja, pela página do Instagram, e o coloquei na catequese. O João foi muito bem recebido pelo padre e aí tudo aconteceu”, comentou Roseli.

Ao todo, 33 novos servidores foram convocados ao altar, incluindo Leandro, que faz bonecos com recicláveis e entregou uma réplica do Carlo Acutis ao padre. O garoto possui um grau de autismo, conforme a igreja, mas, isso não o impede de servir.

Confira aqui o padre discursando para as crianças:

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